Friday, January 20, 2012

Tirou 10, Dona Fifi!

Depois de um ano bastante caótico, Playboy entrou em 2012 com a consciência de que não pode cometer os mesmos erros de outrora - assim esperamos. A edição de janeiro, que tem como estrela Vanessa Zotth, para nós, é quase como um sopro de esperança depois de tantas decepções. Sim, as mudanças positivas começaram a ser notadas nas últimas edições de 2011, já detonando maior atenção e consideração ao que os leitores vinham - e ainda vêm - dizendo sobre a revista, mas é a atual edição que pode ser considerada um marco para uma fase mais positiva. E que assim seja.

De acordo com meus conhecimentos, uma capa assim, bonita e divertida, não se via há tempos

Analisemos a capa. Não só gostei muito como acho que ela resgata uma identidade pop que ficou perdida por bastante tempo. Acho fundamental que uma capa de Playboy seja sempre atraente, bonita e sensual, e às vezes despretensiosa e bem-humorada, como é a de Vanessa Zotth. A ideia da lousa e do logo de giz reforça sua personagem da TV e apresenta uma situação um pouco mais inusitada, tendo o mérito de não cair no clichê colegial, como já vimos antes. Outro fator que não pode ser negligenciado é a beleza da estrela, e esta capa apresenta o que ela tem de melhor. No que se refere à disposição dos elementos gráficos, muita gente reclamou da escandalosa chamada de Lindsay Lohan acima do logo, mas não achei que comprometeu, talvez por eu estar numa fase de apreciar algumas composições mais pesadas (com parcimônia). Melhor isso do que o nome dela centralizado, dividindo a capa, como era a primeira versão da capa, que acabou ficando na gaveta.

Pelo que acompanhei até agora, não chegaram a um consenso sobre a melhor foto do ensaio de Vanessa Zotth. Mas o pôster, uau, todo mundo está dizendo que é de babar

Passando para o ensaio, ainda bem, tenho elogios a fazer. Pra começar, gostei da escolha de André Passos para os cliques. Conforme eu imaginava, e acabei confirmando, ele soube pegar o espírito do ensaio, que desde o início presumia que seria simples, neutro, com destaque intencional para o figurino e elementos escolares e de fetiche. Desta forma, o ensaio ficou bem equilibrado, maduro - não há cenas patéticas e infantis - e bastante erótico, com muita claridade e nitidez, revelando por completo o corpão de Vanessa, não dando margem a críticas nesse sentido. Mas não podemos creditar só o fotógrafo pelo resultado. Vanessa, como grande boazuda que é, soube se insinuar, jogar com a câmera de André Passos. Gosto muito da foto da página 67, em que ela risca a lousa sobre a mesa, e a que ela aparece entregue à palmatória que castiga seu bumbum (página 80). A sequência da palmatória, aliás, fechou bem o ensaio, que atingiu seu objetivo de ser estimulante...

Moral da história: não é preciso de muito para agradar o leitor. Basta seguir a receita deste ensaio, nada mais que fotos bonitas e verdadeiras da beleza feminina. Olhando para trás, revendo vários ensaios comedidos, com uma incompreensível autocensura, fica evidente o quão sem sentido foi aquilo. Espero que isso tudo tenha ficado no passado e que, agora, seja tempo de nudez às claras.

Lindsay Lohan, nossa querida bad girl, não foi fotografada como merecia ser. Ainda assim a relevância de seu ensaio foi reconhecida pelos leitores brasileiros

Sobre as fotos de Lindsay, não há muito a acrescentar. Foi, sim, um grande desperdício de estrela, e a produção do ensaio é realmente catastrófica. Apenas tinha esperança de que não usassem aquela foto da abertura, para mim a pior, e que evidencia uma manipulação grotesca, feita sem receio de parecer artificial. Meu consolo é que minha foto preferida vem logo em seguida, e em duas páginas (46 e 47). Ademais, achei estranho o descarte de algumas fotos, pois pensei que o fato de Lindsay também ter uma capa sua significasse que seu ensaio fosse um pouco mais extenso que os habituais secundários. E falando em ensaio secundário, o de Taís Dolfini por Sergio Kovacevick, clicado nos Lençóis Maranhenses, é LINDO e muitíssimo bem editado, apesar das poucas páginas.

Imagens: Reprodução.
(Obrigado, Romualdo)