Será?

Às vezes não sei se acredito em coincidência. A foto abaixo, de Monique Evans, um flagra publicado na seção Click em outubro de 85, remete à foto do ensaio de Fernanda Young, feita 24 anos depois, em que aparece com o mesmo cabelo e atitude. Achei por acaso e, claro, a associação foi inevitável.

Afinal, coincidências existem?

Imagens: Reprodução.

Por onde andam?

Saber por onde anda e o que faz uma ex-capa de Playboy é certamente uma das coisas que mais desperta curiosidade dos colecionadores. Não faltaram oportunidades para a revista explorar isso em edições comemorativas, mas nunca fez. Ainda bem que a Trip, ciente desse interesse, escolheu algumas musas que foram capa nos anos 80 e perguntou o que elas têm feito da vida e o que têm a dizer sobre a experiência de ter posado nua. A matéria é de Olivia Nachle e foi publicada na Trip de maio, com Thalma de Freitas na capa. Abaixo, a reprodução integral da matéria, disponibilizada no site da revista. Atenção para a declaração de Tássia Camargo e a rasgação de seda por Duran.

NADIA LIPPI - agosto, 81
“Tenho feito coisas esporádicas para matar a saudade, mas não tenho vontade de voltar a atuar não. Estou com alguns projetos paralelos, mas estou tentando descobrir qual área de negócios realmente vale a pena, porque em alguns casos eu descobri que a gente só trabalha para dar dinheiro ao governo. A gente paga muito imposto. Quando posei, a barra era bem pesada. Você era malvista, dentro do próprio meio artístico. Eu fiz por causa do dinheiro, para ajudar meu irmão. E foi um trabalho lindo, com o Duran.”

MONIQUE LAFOND - abril, 81
“Estou dando aula de teatro para jovens e para a ‘idade da sabedoria’. Está sendo uma experiência muito rica... Hoje em dia ninguém mais se olha, se toca. Estou fazendo com que as pessoas se resgatem um pouco mais. Não me arrependo da Playboy, não. Mas, se você me perguntar se fico à vontade nua, digo que não. Ali é a personagem Monique Lafond, eu sou outra pessoa, tímida, espiritualista. Fiz pequenas coisas, tipo participações em A Turma do Didi, mas estou sempre na esperança de algum autor me dar uma personagem bacana. Acho que posso fazer uma bela avó!”

TÁSSIA CAMARGO - julho, 82
“Escrevi uma autobiografia faz quatro anos, deve sair no final de 2012. Estou gravando um CD, um sonho que tenho desde os anos 1970. Antes de ser atriz era cantora e tive uma banda. Mês que vem estarei na 12ª Feira do Livro de Ribeirão Preto e em Curitiba, onde farei fotos para uma das principais revistas da região. Fiz o ensaio por dinheiro, o valor era bom. Se me convidassem hoje eu toparia novamente, mas sem Photoshop e somente com o J. R. Duran.”

MAYARA MAGRI - novembro, 86
“Nunca me arrependi de ter feito ensaio. Foi bacana fotografar com o Duran, gosto muito do resultado até hoje. Em 2009 fiz a série da Globo Toma lá da cá e, por seis meses, a peça As pontes de Madison. Foi lá que conheci o ator Flavio Galvão. A ficção virou paixão na vida real e agora estamos atrás de outro texto para fazermos juntos.”

TAMARA TAXMAN - setembro, 82
“Estou lançando meu primeiro livro infantil. São dois contos que escrevi em homenagem às minhas netas, A cobra de duas cabeças e A história da coruja Cor. Também estou fazendo um programa infantil da Globosat, Os detetives do prédio azul. Como você pode ver, estou com as crianças por todos os lados e não abro!”

ALCIONE MAZZEO - novembro, 80
“Eu já estava no auge quando posei, então penso que o ensaio não acrescentou nem prejudicou em nada. Atualmente faço participações no Zorra Total. Em breve começarei a filmagem de um longa chamado Histórias Íntimas.”

MAGDA COTROFE - maio, 85
“Eu não tenho feito nada muito expressivo publicamente, as pessoas cobram, mas realmente eu larguei mesmo, a não ser quando pinta um desfile ou alguma presença. No Brasil inteiro ainda solicitam. Mas eu tô é curtindo a vida! Quando fiz Playboy, só pessoas que tinham algo a acrescentar saíam. Eu não era atriz, modelo, nada. Só fui atuar mesmo com o Jô Soares, depois. E foi a coisa mais expressiva que fiz. Depois que você entra na Globo, entra em qualquer lugar do Brasil,do mundo! As pessoas queriam me ver, me tocar, saber quem eu era...”


Fotos: Arquivo pessoal/Reprodução.

Possíveis alvos para agosto

Finalmente nós já temos indícios das estrelas que são alvo para a capa de aniversário da Playboy. Alguns assinantes escolhidos receberam uma enquete por e-mail, que questiona, entre Carolina Ferraz, Leandra Leal e Fernanda Lima, qual desejam ter na capa. Páreo duro, só mulher-sonho.

Torçamos para que um dos três sonhos se torne realidade

Fotos:
Leandra Leal: Jorge Bispo/Divulgação Vip.
Carolina Ferraz: André Schiliró/Reprodução Joyce Pascowitch.
Fernanda Lima: Rodrigo Rezende/Divulgação GQ.

Encare-a se for capaz

Gostaria de fazer alguma observação específica sobre a capa de maio da Playboy Eslováquia, mas confesso que não consegui olhá-la por mais de 30 segundos. O motivo: medo desse cyborg do mal.

Encarar Zuzana Janecová, só com muita fé em Jeová

What a feeling

Como já virou tradição, Alexandre Ferreira, Diretor de Arte da Playboy, divulgou fotos de bastidores do ensaio de capa do próximo mês, com Aline Riscado. Ela aparece exibindo toda a sua flexibilidade de bailarina, e entregando a temática da matéria, que ficou a cargo de Crispino. Gosto do que vejo, mas temo que o resultado fique parecido com o ensaio da ex-BBB Michelly Crisfepe, capa de março do ano passado, que explora um tema similar e também foi fotografado por Crispino -- ao menos a locação de Aline é super condizente, passando longe da precariedade do barracão em que Michelly posou. Em tempo: o plano inicial era sofisticar ainda mais o ensaio, fotografando-a simulando fazer uma apresentação no Teatro Municipal, mas a ideia parece ter sido abortada. Que venha coisa boa.

Dança, gatinha, dança

Declaração do dia: Luana Piovani

Luana, eu acredito em você. Não tenho dúvidas do seu potencial de fazer uma Playboy maravilhosa. Mas, considerando que a revista não achou compensador pagar o que você quer nem no seu auge de beleza e dignidade, imagine agora, em tempos de vacas magras e você envelhecendo muito mal.

A declaração acima foi publicada no Ego.
Foto: Divulgação Trip.

Africa, South Africa

A Playboy África do Sul achou muito oportuno poupar dinheiro com uma estrela de capa em nome da comemoração de 60 anos de James Bond. Fez uma arte unindo o coelhinho com o agente e voilá.

Unindo o útil ao poupável

Direto do túnel do tempo

Pra quem gosta de curiosidade, compartilho essa dica de vídeo dada pelo leitor Bruce Leal, em que Sônia Lima revela, no programa do Silvio Santos, em 1988, o motivo que a fez aceitar posar para a Playboy no ano anterior. Bem interessante.

Há 24 anos...

(Valeu, Bruce!)

Brilha la Loona

A Playboy Alemanha de vez em quando produz umas capas respeitáveis, mas fico com a impressão de que insistem demais nas mesmas ideias para as fotos, como "pôr-do-sol na praia". Exatamente o clima visto na capa de junho, que considero boa, mesmo a modelo não sendo muito bonita de rosto.

Bem, mas considerando que outras coisas chamam bem mais atenção que o rosto...

Open your heart to me, baby

Ter uma foto ideal para capa em que a modelo aparece com os seios expostos justamente quando não se deseja mostrá-los é um problema, e só resta lançar mão de algum artifício para esconder os mamilos, o que é outro problema. Tudo bem que a Playboy Brasil já usou até fôrma de empadinha para isso (jul/09), mas corações como os usados pela Playboy Eslovênia é a primeira vez que vejo.

(♥)(♥)

Entrevistas de maio

Aqui, alguns leitores criticaram a escolha de Rubinho Barrichello para o entrevistão da edição de maio. Natural, depois de entrevistados meia-boca que renderam entrevistas igualmente meia-boca. Mas, desta vez, do ponto de vista jornalístico, Rubinho não foi uma escolha impensada, aleatória. Tem toda a questão de o piloto ter se "rebaixado" à Fórmula Indy, ter sido substituído por Bruno Senna na Willians, por ter passado exatamente dez anos da ultrapassagem de Schumacher no GP da Áustria, quando Rubinho, que estava a uma volta da vitória, foi obrigado pela Ferrari a deixar o alemão passar - coincidindo, também, com os 10 anos de sua primeira entrevista à revista. Todo o ressentimento que Rubinho traz dessa época foi espremido pelo editor Jardel Sebba, mas o ponto alto da entrevista, pra mim, ficou por conta das perguntas finais, nas questões se houve falta de sorte na carreira dele e sobre como lida com a imagem consolidada de perdedor. Respondidas com uma tocante sinceridade por Rubinho, acho que essa entrevista tem tudo para ser a definitiva dele.

É bem possível que quem leu as 20P deste mês tenha aprovado. Tiago Abravanel, intérprete de Tim Maia no teatro, e também conhecido como neto de Sílvio Santos, foi entrevistado por Ricardo Arcon. O clima em que se deu a conversa é despojado e bem-humorado, e o ator mostrou que não pretende construir uma imagem de bom moço, objetivo de dez entre dez atores globais - numa das perguntas, por exemplo, ele diz quando foi a última vez que fumou maconha. E o entrevistador foi habilidoso ao trazer a questão do parentesco com Sílvio, para que Tiago desse um bom indicativo desse relacionamento, introduzindo o assunto sutilmente, já que em todas as entrevistas ele se vê relacionado ao avô, sendo esse o principal interesse das pessoas, curiosidade que sobrepuja seu trabalho. Para ilustrar, uma excelente foto de Tiago caracterizado de Tim, clicada por Victor Affaro.

Imagens: Reprodução.

Chega!

Não sou a Wanderléia nem nada, mas neste caso tenho que ordenar: PARE AGORA de fazer esse tipo de capa/ensaio, Playboy Rússia!

Ensaio erótico: estão fazendo isso de forma muito, muito errada

Capa-problema

Tudo bem que os interesses de uma revista são puramente comerciais, nosso mundo é capitalista, mas bem que poderia haver uma consideraçãozinha por quem coleciona revistas. Fosse a nossa satisfação a maior preocupação da Playboy, por exemplo, nunca fariam anúncios como o da edição deste mês, em que a capa da revista tem margem do lado esquerdo, e é desdobrável. O problema com esse tipo de anúncio é que nosso cuidado tem que ser redobrado, porque é fácil de amassar, rasgar etc. A foto abaixo é da minha edição, que já chegou até mim judiada (sou assinante), e ficou nesse estado, e não por conta de uma manipulação descuidada. Em tempo: é a primeira vez, se eu não estiver enganado, que esse tipo de anúncio é feito a partir de 2000 (era comum nos anos 90).

Atenção, anunciantes: o efeito desses anúncios, pelo menos com os colecionadores, é negativo, gerando um boicote coletivo expressivo ao produto (#brinks)

Invencionismo

Tem horas que eu abro mão de qualquer tipo de inventividade e fico mesmo com o clássico, com o habitual. Porque nessa de inventar moda para apresentar algo diferente - só por ser diferente - é que fazem grandes merdas no universo de Playboy. Como a capa abaixo, da PBY Letônia de maio.

Diferente porém feia, brega, sofrível - e injusto com a morena, toda desfocada

#chateada

Disputa a três

A especulação da vez é sobre a capa de julho, naturalmente, que, segundo notas, está "reservada" para uma mulher relacionada ao esporte. Sobre Mari Paraíba e Fernanda Maia, todo mundo já sabe, mas há uma terceira suposta candidata na parada: Bruna Duarte, assistente de arbitragem. Assim, à primeira vista, parece que a revista ampliou as opções caso o plano A ou B falhe. O plano A, pelo que soube, é Mari Paraíba, sendo o foco na jogadora de vôlei verdadeiro. O que não quer dizer que Fernanda Maia não possa ser capa. Agora, plano C, Bruna Duarte, é abusar um pouco da nossa boa vontade. Ingenuidade esperar dela uma repercussão/desempenho como a da Ana Paula Oliveira...

Não sei vocês, mas eu acho que a cota de who deste ano já está estourada...

Foto: Divulgação Colírio Girl.

Desempenho previsível de fevereiro

Estava curioso pra conferir a vendagem da edição de fevereiro, com Jéssica Amaral, porque, eu com meu achismo, acho que será determinante na decisão de haver uma terceira edição do Preferência Nacional. E a apuração foi concluída, embora os números ainda não tenham sido divulgados. Mas já soube que a circulação líquida da edição foi inferior à de Dany Giehl, primeira vencedora do concurso e capa de fevereiro do ano passado, e bem próximo do que vendeu a edição de janeiro. Espero que isso sirva de esperança para ter sido a segunda e última edição desse concursinho que só deixou impressões ruins. Por mim já deixariam reservada Aline Prado, a Globeleza, para fevereiro de 2013.

Como agravante, a revista escolheu capas que descredibilizam a presunção do título do concurso - da próxima vez, ou faz jus ao título ou muda para "bumbum mais comum do Brasil"

Vem, Aline Prado, vem!

Erika Eleniak, musa dos anos 90

Erika Eleniak, atriz "descoberta" por Playboy, em sua terceira capa

Revirando minha pasta de "arquivos que um dia virarão posts", achei fotos da edição de dez/93 da Playboy USA, há muito tiradas por mim. Tive a intenção de mostrá-la a vocês, primeiramente, porque adoro esta edição, principalmente a capa, que tem Erika Eleniak como estrela. Erika, pra quem não ligou o nome à pessoa, é aquela caipira engraçada e gostosa do filme Família Buscapé, que até hoje passa na Sessão da Tarde (eu imagino). Ela foi capa de Natal justamente pela repercussão do filme, lançado no mesmo ano. Só que não era a primeira vez que Erika aparecia na revista. Nos anos 80, ainda fazendo pontas em filmes, ela decidiu posar para Playboy para impulsionar sua carreira, e foi capa em abr/89. No ano seguinte, depois de ter conseguido um papel na série Baywatch, foi capa de novo em agosto. Mas só foi em 1993 que veio com status de estrela: "Becomes a star", diz na capa.

O ensaio, bem padrão Playboy USA, é assinado por Richard Fegley e Stephen Wayda

Imagens: Reprodução.

Chafurdando na lama

Depois de já ter sido fotografada por Autumn Sonnichsen em Ilhabela para o Especial da Playboy, Karine Camargo, a ex-Morena da Laje e atual figurante da novela Cheias de Charme, botou seu assessor(a) de imprensa para trabalhar. Já começam a aparecer notas relacionadas ao ensaio, de como ela se preparou para as fotos usando "lama do Mar Morto em 3D" para aumentar a bunda - autopromoção barata. O melhor, até agora, é sua declaração sobre o ensaio ao site O Dia Online:

Foto: Maíra Coelho/Agência O Dia.

Assinado, Photoshop

Às vezes revejo edições, separo algumas coisas, fotografo e acabo não publicando. Tudo por causa do meu senso crítico que diz "isso é muito irrelevante, ninguém tem interesse em saber disso". Mas, depois de tentar convencer a mim mesmo de que o irrelevante também desperta interesse, divido essa curiosidade com vocês. Sabiam que a foto da capa da Playboy americana de Naomi Campbell é assumidamente manipulada? Que a mesma foto aparece no ensaio sem as mudanças propositais? Agora já sabem. E eu não tenho remorso algum por tê-los feito ler sobre algo tão sem importância.

Os mamilos Nescau Ball de Naomi foram malandramente encobertos, assim como seu púbis, por uma questão óbvia - e a cor do fundo foi alterada

Outra curiosidade: a Playboy USA parece ter enviado a foto na versão soft para todos os países que colocaram Naomi na capa. Não há qualquer mudança no sutiã e calcinha fake em todas elas, apenas variações da cor do fundo e enquadramento.

Naomi rodou o mundo inteiro (e, dizem, quase foi capa no Brasil também)

Imagens: Reprodução.

Expectativa X Realidade

Nem sempre na vida, infelizmente, as coisas acontecem conforme nossas expectativas. Nem mesmo em produções de capa de Playboy. Que o diga a Playboy Bulgária, que comemora 10 anos este mês.

Expectativa:

Realidade:

Ficou bom não. Mas espero que não faltem oportunidades para fazer novas tentativas

Vintage

Ainda sobre a Playboy portuguesa, ela reestreou com uma seção que faz parte da revista em vários países, chamada Vintage. Nada mais é que uma página com uma foto clássica da Playboy USA, uma pitada nostálgica. Marilyn Cole, playmate do ano em 1973, foi a escolhida. A foto é de Alexas Urba.

Porque recordar é viver

Imagens: Reprodução.

Fani e Natália, comportadinhas

Conferi a "nova" Playboy Portugal. Como havia adiantado o leitor Alexandre Veloso na caixa de comentários, o ensaio de capa não passa de fotos de lingerie, com nudez somente nos ensaios-recheio. Um deles, para minha surpresa, é o de Fani e Natália, capa aqui em novembro de 2010. São somente quatro páginas preenchidas com fotos de Maurício Nahas. Como dá para perceber, privilegiaram os momentos mais comportadinhos. A abertura foi mantida, só o texto foi alterado.

Edição é tudo. Um ensaio esse, superousado, pôde ficar apenas insinuante

Imagens: Reprodução.

Uncensored

Depois de ter comemorado seus quatro anos de vida mês passado, a Playboy Filipinas manda às bancas uma capa curiosa e chamativa, anunciando: Playmates sem censura. Ao que tudo indica, a revista no país, a partir de agora, exibirá a nudez completa de suas modelos. Vamos acompanhar.

Afinal, Playboy não combina com censura

Disseram à Playboy: Betty Faria

A partir de agora, quando me der na telha, destacarei declarações curiosas de personalidades em entrevista à Playboy. Pra começar, uma autoavaliação de Betty Faria ao jornalista Ivo Cardozo. A entrevista foi publicada em fevereiro de 1982.

Eu gostaria de saber como você se vê fisicamente. Vamos começar pelos cabelos.

Meus cabelos são bonitos.

Pernas?

Não me queixo.

Nariz?

Também não me queixo.

Olhos?

Poderiam ser mais verdinhos. Às vezes ficam verdes, às vezes mudam de cor.

Orelhas?

Ah, são de abano. Um horror. Eu sempre procuro esconder por baixo dos cabelos. 

Mãos?

São musculosas, são mãos fortes.

Pés?

Ah, têm coup de pied de balé. Divinos.

Joelhos?

Meus joelhos são todos estourados, um é operado, o outro estourado. Eles são feios, incham quando faço muita aula de balé.

De que mais você não gosta em você?

Bom, eu tenho o queixo pequeno. Tenho gengiva grande. E tenho quadris largos. Quando eu engordo fico cadeiruda demais. Mas, de qualquer maneira, eu não posso me queixar muito da vida, não.

Arquivo digitalizado: Crabb/Reprodução.

Há males que vêm para o mal

Playboy, há três meses, decidiu unir os habituais três ensaios da edição (antes eram dois nacionais e um gringo, mas, com a aparente falta de grana, agora só o de capa é brasileiro). Agora eles são vistos assim, um atrás do outro. Ninguém entendeu muito essa mudança desnecessária, enquanto o conteúdo sofre com pautas fracas e uma reforma gráfica não acontece há cinco anos pelo menos. Aliás, todo ano a revista anuncia mudanças, que esperamos ser significativas, e no fim são ajustes banais, como alteração da ordem das seções. Ainda está em tempo de dar atenção ao que merece.

As aberturas dos ensaios publicados mês passado, que formaram o "pacotão mulher pelada". Junto aos demais, o ensaio de capa perde toda sua imponência dentro da edição. Uma pena

Imagens: Reprodução.

Miss Vôlei

Jaime Pilnik e Renan Rêgo, fotógrafos que passaram um período trabalhando para a Sexy, voltaram a colaborar com a Playboy. São eles que assinam as fotos de Mari Paraíba no Happy Hour da edição deste mês (veja abaixo). Fotos bonitas que provam definitivamente que Mari possui atributos para ser capa, mas lamento que a revista insista tanto nesse tipo de foto dramática de estúdio na seção.

No texto que acompanha as fotos há uma declaração esperançosa de Mari sobre aceitar ser capa: "Ainda estou pensando", disse. Será que vai rolar?

Fotos: Jaime Pilnik & Renan Rêgo/Divulgação.

Playmate do ano

Este é o arquivo que está rolando, ainda em péssima qualidade, da capa de junho de Playboy USA, com a playmate do ano, Joclyn Swedberg. Pelo visto, os critérios de beleza têm sido rigorosos na eleição, a mulher é gata e toda natural (para o horror das siliconadas, o corpo natural parece ser pré-requisito agora), mas faltou senso crítico na produção da capa. Apesar da pose charmosinha e de vermos o coelhinho contextualizado na sandália, o conjunto é tão ruim que a foto parece tirada de catálogo de jeans pobre. Sem dizer que ela parece estar flutuando (pode ser culpa do arquivo).

Eu só acrescentaria uma coisa: um tapete mágico embaixo dela

A graça do simples

Achei, no recôndito da internet, o ensaio abaixo, da Playboy de algum país que não sei qual é, com esta modelo que não tenho ideia de quem seja - achei as fotos sem informação alguma. Não tem nada de especial, porém chama a atenção pela simplicidade. O fotógrafo interage com a modelo da mesma forma que fez Autumn Sonnichsen com Nana Gouvêa, garantindo o tom íntimo das imagens. Serve pra Playboy repensar e apostar na singeleza de vez em quando. O trivial também é bonito.

Sem forçação, sem glamour pobre, sem tema bobo

Imagens: Reprodução.

O preguiçoso ensaio de Renatinha

A capa e a divulgação do ensaio de Renatinha prometem um ensaio arrebatador. O problema é que não cumprem, vendem um potencial que o ensaio não alcançou

O ensaio de Renatinha do BBB, pra mim, é a primeira grande mancada da Playboy em 2012. Uma pena, porque a menina é gata e merecia que sua beleza fosse bem retratada. O que temos é o contrário disso: uma sucessão de fotos fracas que formam um ensaio sem consistência e bobo. Pra começar, o tema não ajuda. Aliás, que ideia besta essa de retratar os setes pecados de forma literal, hein? Isso me cheira mais à justificativa de fazer ensaio em estúdio devido à falta de grana do que qualquer outra coisa. E o tema, quer dizer, os cenários montados para representar cada pecado são só versões mais cafonas dos que o de Cacau em seu ensaio de novembro do ano passado, também fotografado por Maurício Nahas. Mas o de Cacau, diferente do de Renata, tinha a mulher como foco, e não foi ofuscada por quinquilharias cenográficas - a banheira sobre tecido e forrada por dinheiro fake e bijuterias é um capítulo a parte, transbordando requinte e sofisticação.

O momento clichê do dedo do pé na boca ganhou duas páginas desnecessariamente: afinal, a falta de fotos expressivas justifica o desperdício de páginas?

Isso de Renatinha estar camuflada no ensaio é um ponto bastante grave. Não há presença e força alguma da estrela no ensaio. Sem dizer que ter fotos em que as ações seguem um roteiro, sem qualquer ligação entre elas, quebra a narrativa e mutila o ensaio. Nós já tivemos um ensaio com a mesma temática, o de Luma de Oliveira em 2001, e o resultado foi muito mais sutil e sofisticado. Mas o pior nem é isso. O ensaio todo tem uma ESTÉTICA PUBLICITÁRIA de arrepiar. Logo Maurício Nahas, sempre tão competente em iluminar, não conseguiu criar um clima intimista, envolvente, misterioso - só é pesado. Vejo as fotos da "avareza" e penso que se aplicassem o logo e slogan do Disk Biju sobre elas teríamos uma campanha pronta, ou então o da Colchões Castor ou M.Martan nas da "preguiça" ou ainda o da Sony nas da "vaidade". Se não houvesse nudez total (mostrada com muita cautela, diga-se de passagem) seriam fotos genuínas de publicidade. Mandou mal, Nahas.

O momento em que o pessoal da produção fez bico de figurante no ensaio representa a inveja, que também acabou não funcionando - o resultado é pobre

A cereja desse bolo recheado de equívocos fica por conta da nudez mal-aproveitada. Chega a ser constrangedor para uma revista masculina destinada ao público adulto fazer um corte proposital da vulva de Renata na foto da "preguiça", como se tivesse sido feito para não chocar leitores com menos de 12 anos - se não tem peito para assumir uma foto dessa, que não publique, muito menos corte. E não só deram de ombros para a carga erótica do ensaio, que é aumentada, sim, quando temos fotos ousadas e expressivas, como a edição final do material não privilegiou momentos em que Renata é favorecida pelas poses certas. Ela, que não tem nada fora do lugar, parece gorda em várias fotos, com umbigo estranho. Numa das poucas fotos em que aparece a bunda dela, está quadrada, amassada e sugerindo celulites. Se isso é o melhor do que foi produzido, produziram um ensaio muitíssimo ruim. Que me desculpem os profissionais envolvidos, por quem tenho absoluto respeito e admiração, mas todos perderam a mão, e em todos os passos, da concepção à edição. 


Imagens: Divulgação/Reprodução.