Até a foto de divulgação foi escolhida com malícia, sugerindo a cantora dimensionando o tamanho de um pênis avantajado
Eu, por exemplo, achei a declaração, da forma como foi grafada na capa, apelativa. Não pelo assunto, na verdade banal, mas por descontextualizar a declaração e levar a uma interpretação tendenciosa. Havia como sugerir uma Sandy nunca antes vista sem usar essa malícia jornalística. Mas, também, não foi o fim do mundo. Essa decisão tomada pela revista não a caracteriza como "imprensa marrom", como chegaram a dizer. A única coisa que não pode ser contestada é que a revista, através da editora Adriana Negreiros e da repórter Camila Gomes, conseguiu arrancar de Sandy coisas nunca antes ditas. E o propósito fica bem claro ao ler a entrevista: desconstruir o mito, macular a santidade de Sandy. E falar sobre sexo, sexo e sexo foi o caminho para conseguir isso.
Até sobre um possível ensaio nu Sandy falou. E afirmou que surpreenderia muita gente...
Não sei vocês, mas a certo ponto na leitura da entrevista eu comecei a me sentir incomodado com a insistência no assunto, na necessidade de, a qualquer custo, conseguir uma declaração forte. A entrevista é quase monotemática. Todos os assuntos desse âmbito foram perguntados à Sandy: virgindade, swing, filme pornô, masturbação, sexo anal, broxada etc. Mas, como julgar essa postura "abusiva" sabendo que, além disso, a cantora teria pouca coisa interessante a dizer? O processo de composição de seu álbum solo, certamente que não. Digamos que o objetivo da revista foi atingido. Conseguiram transformar uma personalidade quase totalmente desinteressante do ponto de vista artístico e intelectual numa mulher ousada. Entrará para a seleção de melhores entrevistas de PBY.