Friday, August 19, 2011

Tiazinha e uma travessura infanto-juvenil

Comecei a colecionar a revista Playboy com 10 anos. É claro que devido à idade e à falta de dinheiro de uma criança, a situação não era fácil, mas eu me virava. Nos últimos cinco anos é que aumentei bastante minha coleção com a ajuda dos ótimos sebos de minha cidade. A história que vou contar agora está relacionada com minha primeira edição, minha preferida e que me fez colecionar Playboy desde então: a de Tiazinha, março de 1999.

Tiazinha era um fenômeno no Brasil inteiro, assunto em todos os cantos: na minha escola, no ônibus, na rua etc. Em qualquer lugar que eu fosse, parava para vê-la no programa de Luciano Huck, justamente no momento em que ela parecia. Quando soube da notícia de que ela seria capa da Playboy, enlouqueci e decidi que teria meu exemplar. Desde o momento da notícia até a chegada às bancas, fazia questão de lembrar meu pai para que não esquecesse de comprar para mim. Ele falava: "Só o que tem por aí é a revista com a Tiazinha, pra que Playboy?".

O grande dia chegou e ele comprou a revista pra mim. Ao abrir, fiquei um pouco decepcionado, pois achava que a revista era composta só por fotos (risos). Mas, ao ver o ensaio, principalmente as fotos que revelavam o rosto de Tiazinha sem máscara... Sem comentários. Eu mostrava para todos, até para minha bisavó que reclamou com meu pai, dizendo que aquilo não era uma revista apropriada para uma criança.

Levei a revista para o colégio e me meti em uma confusão. A professora me pegou mostrando as fotos para meus amigos na hora do intervalo. Ela me levou até o diretor junto de Tiazinha, e colocou a revista dentro de uma gaveta e me mandar esperar até que meu pai chegasse. O diretor saiu da sala para resolver alguma coisa e me deixou sozinho na sala. Tentei de todas as formas resgatar minha revista, mas a gaveta estava trancada. Um rapaz, funcionário da escola, chegou e perguntou o que um aluno exemplar fazia ali, e eu contei a história para ele. Todo animadinho, ele disse que pegaria a revista para mim, mas não foi o que fez. Ele folheou a revista, comentou algumas fotos e guardou a revista de volta. Me enganou, o safado.

Na hora de ir embora, meu pai chegou e o diretor me levou até ele - me segurando com uma mão e, na outra, segurando a revista. Disse ao meu pai para que não deixasse eu levar a revista na escola novamente, pois não era um lugar adequado para isso, observou. Ao sairmos da escola, meu pai começou a rir, pois havia achado que o diretor o chamara por uma razão mais grave. Em seguida, me disse: "Pode levar sua revista quando quiser, mas tome cuidado para não ser pego. Até hoje eu levo a revista para a faculdade, e mostro a alguns amigos e até mesmo amigas - mas só alguns mesmo, e com muito cuidado para não amassar.

Nunca vou esquecer disso. E, apesar do sumiço de Suzana Alves do meio artístico, a Tiazinha que fez mais dois ensaios sensacionais, um deles em quadrinhos, é nome mais que especial na história de todos que colecionam Playboy e amam a marca como um todo!