Wednesday, February 15, 2012

Edição 441


A julgar pelo conteúdo da atual edição, fevereiro é mesmo o mês mais "desprezado" por Playboy. Nota-se que as melhores pautas são reservadas para edições cuja expectativa é que repercutam e vendam mais. Pelo retrospecto que temos, é difícil ter uma impressão diferente desta. Na deste ano, as escolhas infelizes das personalidades entrevistadas não colaboram para o sucesso da edição. Renata Fan, apresentadora do Jogo Aberto, da Band, desde o início me parecia que não renderia um entrevistão. E não rendeu, e não por culpa da repórter. Mais enxuto que o habitual, o bate-papo conduzido por Camila Gomes é superficial, não acrescenta nada, não surpreende com nenhuma boa declaração. Não a toa a frase escolhida para a chamada de capa nada mais é que um momento de modéstia à própria gostosura, o que dá uma ideia da relevância da coisa. Nesse caso, conclui-se que ela teria rendido no máximo 20 perguntas. E nas 20P temos Kaley Cuoco, atriz de The Big Bang Theory, em material enlatado, para piorar a situação. Daquelas entrevistas em que a probabilidade de desistir da leitura antes de chegar à vigésima pergunta é grande. Só abobrinha...


Camila Gomes também foi a responsável pela matéria sobre Cap d'Agde, a cidade mais promíscua da França, onde muitos frequentadores são, além de nudistas, adeptos do swing. Fazendo um comparativo, as reportagens sobre swing estão para a Playboy assim como as sobre pôquer estão a VIP: pautadas à exaustão. Tirando esse fato, a narrativa é interessante, prende quem lê, mas deixa a desejar pela impessoalidade e por não ter requinte voyeurístico. As ilustrações de Lambuja, literais às cenas descritas na matéria, são ótimas. A segunda reportagem, A Última Esperança do Boxe, ficou a cargo de Fernando Valeika de Barros, e é sobre o boxeador filipino Manny Pacquiao, que, como diz o título, é considerado a última esperança do esporte diante da ascensão do MMA. Apesar de sugerir um perfil detalhado sobre o boxeador, a reportagem se concentra em comparar os dois estilos de luta, e desaponta nesse sentido. Por fim, temos Traçando São Paulo, assinada por Negreiros, assumidamente inspirada nas reportagens ilustradas de Shel Silverstein para a PBY US. O resultado ficou surpreendentemente bom, e é sempre ótimo poder ver suas ilustras na revista.


Outra coisa que me chamou a atenção é que não temos a seção Playtimes este mês. Allan Sieber e Mauro A. voltaram para o Happy Hour e não há texto de Ivan Lessa. Lamento se isso significar o fim de uma seção que gostava muito. Sobre o Lessa, acho que ele já colaborou o suficiente, mas faço questão que o espaço de suas crônicas seja ocupado por alguém tão relevante quanto. Ademais, a revista segue com suas atrações de sempre. Só não posso deixar de destacar a Globeleza Aline Prado ótima em foto de Jorge Bispo abrindo do Happy Hour e pedir que desistam de uma vez por todas dessa coisa de informar a escola de samba e o horário em que algumas musas vão desfilar, porque não serve pra nada e está mais para entulho dentro da revista. Até o apelo visual é fraco...

Imagens: Reprodução.