Sunday, September 4, 2011

Agosto memorável: Regiane Alves

Uma Playboy memorável é aquela que deu certo. Para muitos, o que vai determinar isso é a estrela da edição. Na verdade não é bem assim. Se a estrela desejada não puder contar com uma equipe inspirada e em sintonia, o que poderia ser memorável pode tornar-se esquecível. E nós temos casos e casos para citar. Felizmente não foi o que aconteceu com Regiane Alves. A atriz, estrela da edição de agosto de 2003, comemorativa de 28 anos de Playboy, teve o privilégio, ou a sorte, de poder contar com a sensibilidade do maior fotógrafo do país e com uma superequipe que deu o melhor de si. Ainda por cima posou enquanto vivia seu papel de maior repercussão na TV: Dóris, de Mulheres Apaixonadas. Aliás, ceder à revista no momento certo implica diretamente no sucesso da edição.

Começando pela equipe, uma informação curiosa: foram por volta de 20 profissionais responsáveis pelo ensaio de Regiane, um recorde. Mas as fotos se autojustificam pelo exagero. Como em toda superprodução, o trabalho de cenografia foi impecável, reproduzindo um set de cinema. Para isso, lançaram mão de toda a parafernalha necessária para a produção de um filme, incluindo câmeras, luzes e até camarim. Esse cenário serviu de base para a estrela interpretar uma estrela de cinema. Estando em seu habitat natural, Regiane interpretou com competência seu papel. E as cenas, que seguem esse roteiro, contam uma história visualmente linda: a atriz que atente às exigências do diretor, que decora o texto, que se embeleza para entrar em cena... e que emociona o espectador.

Esse ensaio é um primor porque foge do convencional. O erotismo maduro e refinado não é fruto da simples exibição para a lente. Regiane não se arrebita, não se toca, não faz cara de tesão. É muito natural, espontânea e convincente. Essa capacidade de convencer é que nos possibilita fantasiar em cima de uma fantasia que parece tão verdadeira. E admirar uma beleza também natural, com curvas ultrafemininas e moderadamente roliças, de seios pequenos, delicados, e pelos pubianos mantidos em quantidade e formato clássicos. Sem esquecer, evidentemente, do rosto de boneca, onde estão as expressões que seduzem sem esforço. Tudo isso realçado e valorizado pela visão de Bob Wolfenson, o cara que elevou os ensaios de Playboy ao status de arte. E são mesmo arte.

Não podemos deixar de reconhecer, também, a edição precisa de Ariane Carneiro, a quem devemos os inúmeros e belíssimos ensaios de Playboy. E à própria Regiane Alves, é claro, que foi fundo no trabalho, diferente das que nitidamente fazem a contragosto, ou com desdém - sem a colaboração da estrela, não há meio de a edição dar certo e ser considerada memorável, como eu dizia. O mais legal é que hoje, oito anos depois, a atriz nos disse, em entrevista, que se orgulha de ter posado, e reconhece que o receio de afetar a imagem, que também teve, não passa de uma ideia equivocada e também preconceituosa. Por isso celebremos esse ensaio, que merece uma salva de palmas ao chegarmos no End, a foto que põe fim ao espetáculo que Regiane pretende mostrar a seus netos.

Fim

Imagens: Reprodução Playboy.