Wednesday, August 24, 2011

Lavando revistas

Eu, como colecionador zeloso e exemplar, tenho vários rituais que garantem que minha coleção permaneça organizada e reluzente. Obviamente é uma mentira, mas tenho lá minhas manias - e, quem quiser, encare como "dicas". Uma delas é "lavar" certas revistas. Tenho a impressão de já ter falado disso aqui, mas, em todo caso, avaliemos novamente o ato, que consiste em passar, com algodão, álcool-gel ou gel antisséptico nas capas das edições que vieram do sebo e estão, hã, sebosas. Sabe aquela poeirinha, aquele toque áspero, aquela mancha amarelada? É com o objetivo de acabar com esse tipo de problema que faço isso. Adianto que aquela capa de fundo branco que está amarela não vai voltar a ser branca, mas pelo menos me dá a sensação de revista limpinha.

Não tem segredo: é pegar um chumaço de algodão com o álcool e, sem medo, passar suavemente em toda a superfície da capa (e lombada e contracapa)

Grande parte de minha humilde coleção passou por esse processo. Não posso afirmar que "lavou tá nova", mas acho que dignifica mais aquelas edições que - não é nada agradável lembrar disso - já passaram em outras mãos. Então, a primeira coisa que faço é escolher a edição que será "lavada". Errou quem pensou que a edição basta ter vindo do sebo. Definitivamente, não. Só faço isso nas edições que têm uma resistente camada de verniz na capa. Porque, sim, passo algo líquido na capa, e essa barreira de verniz é importante para impermeabilizar, senão encharca e esfarela o papel. Ou seja, NÃO faça isso em edições mais frágeis e antigas, como as dos anos 70 e começo de 80. Outra coisa: algumas desbotam, sim. Se sua intenção não é essa, também não faça. Não faça MESMO.

Nessa experiência, quem mais passou vergonha foi Thaís Ventura, que mostrou-se bem mais suja que Dora Vergueiro, sua amiga de coleção

Como dá pra notar por essas fotos, o algodão fica mais que sujo. É isso que me dá prazer, tirar a nhaca da capa (junto com um pouquinho de tinta, mas...). Depois desse passo, feito na capa e contracapa, dando atenção especial à lombada, é importante que a revista seque bem. Recomendo que receba até uns feixes diretos de sol. E só guarde embalada em plástico e na pilha de costume quando estiver certo de que a edição está bastante seca. No processo de secagem, aproveite para folhear a revista como se folheia um livro, rapidamente, a fim de oxigenar bem as páginas. Parece frescura, coisa de quem não tem nada melhor para fazer, mas lembre-se que você quer que essas revistas permaneçam apresentáveis por algum tempo. Pois quem ama, cuida, diz o velho jargão.