Não tem segredo: é pegar um chumaço de algodão com o álcool e, sem medo, passar suavemente em toda a superfície da capa (e lombada e contracapa)
Grande parte de minha humilde coleção passou por esse processo. Não posso afirmar que "lavou tá nova", mas acho que dignifica mais aquelas edições que - não é nada agradável lembrar disso - já passaram em outras mãos. Então, a primeira coisa que faço é escolher a edição que será "lavada". Errou quem pensou que a edição basta ter vindo do sebo. Definitivamente, não. Só faço isso nas edições que têm uma resistente camada de verniz na capa. Porque, sim, passo algo líquido na capa, e essa barreira de verniz é importante para impermeabilizar, senão encharca e esfarela o papel. Ou seja, NÃO faça isso em edições mais frágeis e antigas, como as dos anos 70 e começo de 80. Outra coisa: algumas desbotam, sim. Se sua intenção não é essa, também não faça. Não faça MESMO.
Nessa experiência, quem mais passou vergonha foi Thaís Ventura, que mostrou-se bem mais suja que Dora Vergueiro, sua amiga de coleção
Como dá pra notar por essas fotos, o algodão fica mais que sujo. É isso que me dá prazer, tirar a nhaca da capa (junto com um pouquinho de tinta, mas...). Depois desse passo, feito na capa e contracapa, dando atenção especial à lombada, é importante que a revista seque bem. Recomendo que receba até uns feixes diretos de sol. E só guarde embalada em plástico e na pilha de costume quando estiver certo de que a edição está bastante seca. No processo de secagem, aproveite para folhear a revista como se folheia um livro, rapidamente, a fim de oxigenar bem as páginas. Parece frescura, coisa de quem não tem nada melhor para fazer, mas lembre-se que você quer que essas revistas permaneçam apresentáveis por algum tempo. Pois quem ama, cuida, diz o velho jargão.