Monday, August 8, 2011

Xuxa, um "xou" de mulher

Como um bom amante do nu artístico, atualmente também sendo fotógrafo, pude comprovar há 15 anos meus olhos brilharem ao descobrir e adquirir uma das raras edições hoje no mercado, super disputada por nós, colecionadores, e publicada há 29 anos. A edição de Playboy que vos falo quase custou o casamento do próprio fotógrafo na época, J.R. Duran, teve que ser ameaçado pela própria esposa a não sucumbir aos apelos de todos os brasileiros que ansiavam ver nas páginas de Playboy uma modelo loirinha chamada Xuxa Meneghel. Através da edição de dezembro de 82, a futura Rainha dos Baixinhos balançou não apenas a fantasia dos brasileiros, mas também meu cetro.
O ano era 1994, estava eu em ebulição na puberdade. A ânsia de conseguir obter a edição daquela loira que eu já acompanhava há alguns anos através de programas infantis foi me corroendo por dentro. Eu não poderia morrer sem ter em minhas mãos um exemplar daquela que todos os dias me dava bom dia e terminava seu “xou” com um beijinho no rosto. Estava mais do que certo que eu queria ter meu próprio “xou” em casa e estava disposto a fazer o que fosse necessário para isso. Depois de algumas tentativas frustradas em vários sebos, descobri que a tal edição estava mais próxima do que eu imaginava. Outrora conversando com meu cunhado, descubro que o próprio tinha uma coleção de Playboy guardada e intocável a olhos alheios há bastante tempo e nela o tesouro de que tanto procurava. Não pensei duas vezes e o intimei a me dar, vender, trocar, fazer qualquer negócio para realizar aquele sonho.
Como na época ele tinha um supermercado, o mesmo me prometeu levar a edição para o estabelecimento para que assim, logo ao sair do colégio, eu fosse buscar (ou seria resgatar?) aquela Playboy número 89 empoeirada que possivelmente estivesse em suas mãos. Na hora marcada, estava eu de prontidão para o resgate da loira mais amada do Brasil que a poucos minutos seria minha, agora aclamando pelos meus cuidados. Ao receber o exemplar de suas mãos, automaticamente já me identifiquei com o coelho da capa, que sem dúvida alguma poderia ter sido eu apresentando uma das várias maravilhas de Playboy em 36 anos. Tive apenas que tomar cuidado ao sair do estabelecimento com a revista em mãos dentro de um pacote com pães que seriam degustados à mesa do jantar, enquanto em outra dependência eu pudesse usufruir e admirar em paz a eterna nudez de uma das mulheres mais desejadas do país. Como um bom coelho rendi-me à majestade e não larguei mais a cenoura. Ainda hoje o meu exemplar continua a ter um cheirinho de pão fresco.
Depois desse dia a Playboy me brindou com lindos ensaios (particularmente os de Adriane Galisteu (95), Carla Perez (2000), Barbara Borges (2009) e da Cleo Pires (2010) me encheram os olhos), fotógrafos experientes de olhar único e histórias cada vez mais presentes na imaginação e na cultura brasileira, ao estampar beleza em páginas e tesão em palavras.
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P.S.: Tem alguma história curiosa relacionada à Playboy? Compartilhe com todos nós. É uma forma de comemorarmos os 36 anos da revista. Escreva, providencie fotos (se for o caso) e mande para revistaqueamamos@gmail.com com seus dados.