Thursday, August 18, 2011

O começo, o fim e o recomeço de uma coleção


Meu primeiro contato com uma Playboy foi em fevereiro de 1998, com minha musa maior, Scheila Carvalho. Eu tinha apenas 10 anos de idade e estava a passeio na casa dos meus avós. Meu primo, que havia voltado de uma pequena viagem, trouxe a edição e me convocou, com mais dois amigos, em segredo, para nos mostrar o que era uma mulher de verdade. Na época aquilo era um absurdo e por isso ninguém poderia saber dessa travessura. No final das contas, vimos a revista escondidos na mata e depois tivemos que queimar a revista pra que ninguém desconfiasse do ato "imoral" que havíamos cometido.
Somente 5 anos e 2 meses depois eu tive meu segundo contato com a revista. Agora, com 15 nos de idade e com um mundo mais evoluído (leia-se a cabeça dos meus pais e avós), tive a cara de pau de pedir dinheiro a minha mãe para comprar a minha primeira edição de Playboy. E era com ela, Sabrina Sato na capa, que acabara de encantar todo o país (e toda a minha família) com sua participação no BBB3. Todos estavam curiosos pra ver aquela menina sapeca sem roupa (eu que o diga). E com a autorização e o dinheiro em mãos, comprei minha primeira edição de Playboy. Curti cada foto, cada matéria, cada detalhe.
Foi um momento único. O que eu não podia imaginar era que TODA, eu disse TODA a vizinhança viria até minha porta pedir pra ver minha Playboy. Gente de outras ruas e até um maluco de outro bairro veio me pedir pra ver a revista.
Minha mãe quase enlouqueceu de vergonha, enquanto meu pai estava adorando a minha fama. O fato é que depois desse auê todo, não conseguia parar de pensar em Viviane Bordin que viria no mês seguinte. Como eu iria fazer para tê-la? Não consegui, Viviane estava proibida de entrar na minha casa (e todas as próximas estrelas também). Essa proibição durou 10 meses. Antonela, em 2004, me fez quebrar a regra e enfrentar minha mãe (mentira, eu comprava e escondia no meu quarto). Depois disso me tornei fiel à Playboy, e mês a mês juntava o dinheiro do lanche da escola e comprava a minha edição. E quando sobravam umas moedinhas, corria atrás das Vivianes, das Maryevas e outras que me faziam falta, só que eu tenho uma mania horrível e inexplicável. Pra eu me sentir completo e ter a sensação que minha vida fluiria, tinha que ter todas as edições desde janeiro de 2000. Sofri, andei, sujei as mãos de poeira, briguei, pechinchei, mas consegui todas as edições que me faltavam. 
A mais cara: Joana Prado (ago/00).
A mais barata: Janaína Santos (out/02).
A mais difícil: Kelly Key (dez/02).
A mais fácil: Dora Vergueiro (jan/04).
Em meio a tudo isso, tive muitas histórias engraçadas. A de Juliana Paes, de mai/04, eu achei jogada na rua dentro de um saco plástico junto com outras revistas pornô. A de Babi, de set/03 (minha edição/ensaio favorita entre todas), eu ganhei de presente de um professor com quem eu comentei sobre a revista. A da Sheila Mello, de jan/02, eu comprei numa banca, e ao sair o cara se arrependeu e veio atrás de mim pra pegar de volta. Depois de muitos berros e um real a mais eu saí levando a revista. A de Deborah Secco, de ago/02, eu paquerei todos os dias durante três meses. O vendedor estava cobrando 50 reais, e meus lanches não davam nem metade disso. A de Vera Fischer, de jan/00, eu ganhei da esposa do dono de um sebo, que me deu porque detestava Vera e a sua (falta de) depilação.


Em 2008 tive que me desfazer com toda a dor no coração de praticamente todas as minhas revistas, porque me mudei pra São Paulo (sou de Fortaleza) e não tinha como trazer. Deixei aos cuidados de um amigo, com quem, aliás, eu perdi todos os contatos. Hoje tenho as edições de 2005 até 2008. Algumas de 2009/2010 e somente esse ano resolvi assinar a revista para acabar de vez com todo esse sofrimento vivido durante anos. Sofrimento esse que eu amei ter passado e que passaria todo novamente, pois foi ele que me fez amar essa revista.